quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Fiz clic


A minha cabeça fez clic na 2ª feira.

Não sei se foi do dia de chuva, não sei se foi por ter faltado ao ginásio por causa do trânsito, não sei se foi por estar num daqueles dias (de gaja) ou se foi por ter comido mais guloseimas numa tarde do que na época de Natal inteira e todo aquele açúcar e gordura estarem a impedir a comunicação entre o Tico e o Teco…

A energia que me animava há 10 meses esvaiu-se e deparei-me com a pessoa amorfa, cinzenta, desanimada, preguiçosa, virada para dentro, desinteressada, descrente de si e desligada dos outros em que às vezes me transformo.

Qualquer tarefa parece necessitar de um esforço sobre humano para ser feita e parece ultrapassar em muito as minhas capacidades, não encontro razão para me levantar da cama, o dia-a-dia parece desprovido de sentido, os afectos pelas pessoas de quem gosto quase desaparecem e transformam-se em sobras, não tenho prazer nas tarefas habituais.

Entre mim e o mundo parece existir um manto de nevoeiro que esbate as cores, os contornos e os sentimentos. Só me aprece dormir, não me mover, não existir.

Esta noite Ela choramingou e eu, simplesmente, voltei-me para o lado. Tenho uma acta para fazer e uma reunião para preparar e a minha cabeça está vazia, fico mais de meia hora a olhar para uma frase incompleta.

Odeio sentir-me assim, sem energia. Sinto-me inútil, desprezível, insignificante.

E isto aconteceu com um clic, uma mudança de fase instantânea, brutal, sem que percebesse do motivo e sem ter podido antecipar e impedir a mudança.

Pensei que não voltava a ter estas fases.

Desta vez tenho mais motivos para reagir: por Ela, pela pessoa que fui nos últimos meses, pelo que quero fazer da minha vida com o Caramelo.

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