quinta-feira, 7 de maio de 2009

O pó dos dias

E os dias passam... iguais em tudo mas muito diferentes nas coisas que ela já faz: Já levanta melhor a cabeça, já escuta com mais atenção quando falam com ela, já sorri muito mais, já consegue dar murros nos bonecos do mobile... E eu derreto-me completamente por dentro quando a vejo espreguiçar-se, sorrir ou fazer cara de compenetrada ("zangada" tipo eu ).

Ao mesmo tempo, tenho uma sensação de frustração enorme por estar tanto tempo em casa... definitivamente não sou pássaro de gaiola. E ando cansada... muito cansada. Não durmo mais de 2h 1/2 seguidas desde que ela nasceu. Ao fim de um mês isso já faz mossa.

E há também a ansiedade de que não percebe nada de crianças. Tudo é novidade, tudo é feito com dúvidas, tudo é por tentativa erro - desejando sempre que o erro não seja demasiado prejudicial - tudo está sob um peso de responsabilidade brutal porque se tenta fazer o melhor, para que Ela seja melhor e mais feliz que eu...

E depois há os dias que são sempre iguais: dormitar, pôr chupeta sempre que cai e Ela chora, dar mama, mudar fralda, adormece-la, tentar comer qualquer coisa... No meio destas rotinas, muitas vezes, o meu cérebro desliga e ajo em piloto automático.

O problema é nas alturas em que EU reapareço, em que volto à superfície. Nessas alturas vem a sensação de estar numa rotina de alienação, a inveja do pai que sai para ir trabalhar, estar com adultos, conversar normalmente, saber e falar do que se passa no mundo, ter os stresses do trabalho, os desafios mentais, as actividades normais de até há 1 mês, as idas ao ginásio, ao café, sair à noite.

E essa parte custa muito. Mesmo.

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