Confesso que não percebo os pescadores que ficam ao longo do Tejo, na zona que vai de Belém às Docas. Estão manhãs inteiras sozinhos, a olhar para o rio, sem falar com ninguém, sem ouvir música, à espera que a tainha morda o isco. Ainda por cima um peixe que não se dá a comer nem aos gatos, pelo menos os do Tejo.
Não os vejo a falar uns com os outros, não os vejo a beber cervejolas, não os ouço a comentar as pescarias ou a chata da mulher que ficou em casa. Pouco se mexem, só olham...
Não percebo. E das duas vezes que participei em pescarias de balcão, nas escarpas da Carrapateira e num qualquer afluente do Douro, aborreci-me de morte.
A mim parece-me tortura mas os pescadores devem estar num qualquer estado zen.
Definitivamente, há universos que desconheço.
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